- Manual das Torcedoras
- Posts
- Minas na Esportiva - Flávia Bandoni
Minas na Esportiva - Flávia Bandoni
Criadora de conteúdo e cool girl dos esportes! ✨⚽️
A versão blog do MDT chegou com tudo, e claro que não poderia faltar um quadro novíssimo, que é quase uma coluna jornalística, mas com aquele toque cool que a gente ama ✨.
Apresentamos, com muito orgulho, o Minas na Esportiva — um espaço dedicado ao destaque de mulheres incríveis que fazem parte do mundo esportivo. Seja nos bastidores, nas quadras, nas arquibancadas ou nos microfones, essas minas mostram que lugar de mulher é onde ela quiser... inclusive na esportiva, sim!
Porque sim, sabemos que esse meio ainda é majoritariamente masculino, mas isso tá mudando — e justamente por isso que criamos esse espaço: para te apresentar as nossas favoritas e mostrar o quanto é poderoso ver outras mulheres ocupando esse lugar com força, talento e representatividade 💪💬.
Vem com a gente descobrir as nossas favoritas e entender por que ter minas na esportiva importa (e muito!).

De Frente com MDT — edição Minas na Esportiva
Abrindo com chave de ouro essa série especial, nossa primeira convidada é ela: Flavia Bandoni (@flabandoni) — a criadora de conteúdo viaja para eventos esportivos e atualmente é estudante do curso de Global Sport Marketing da La Liga, na Espanha.
Com apenas 22 anos, Flávia já vem deixando sua marca no esporte com carisma, criatividade e muita representatividade. Natural de São Paulo, ela começou sua trajetória no mundo esportivo em 2020, quando começou a faculdade de Comunicação — em plena pandemia. Foi justamente nesse período difícil que ela buscou um jeito de se conectar com outras pessoas e acabou encontrando na atlética do curso o seu ponto de virada.
Ali, além de fazer amigos, Flávia começou a trabalhar com esporte pela primeira vez, misturando sua paixão com toda sua veia criativa da comunicação. Assim, a estudante se tornou uma das vozes mais girlies e autênticas da cena esportiva nas redes sociais 💬⚽.
@flabandoni FUI ASSISTIR @avfcofficial X @Chelsea FC PELA PREMIER LEAGUE ⚽️🤩🙌🏻 . . #premierleague #astonvilla #chelsea #villapark #futebol #futebolingles
No papo com o MDT, ela contou como começou a criar conteúdo, quais os desafios e conquistas de ser mulher no mundo dos esportes, e o que ela espera do futuro nesse meio que, aos poucos, vai ficando cada vez mais com a nossa cara. Confira abaixo!
MDT: Conta um pouquinho da sua trajetória. Como você decidiu trabalhar com esportes? Por que você se apaixonou por esse mundo?
FLAVIA: Comecei na pandemia. O Corinthians estava cheio de dívidas e eu resolvi explicar na internet o porquê o Corinthians não ia virar o Cruzeiro. E esse vídeo viralizou! Aí eu comecei a fazer conteúdos sobre esporte. Eu fazia - era um quadro bem clássico meu - o "O que eu acho do…". Eu falava um time, contava a história e o cenário atual. Os vídeos foram crescendo e eu fui ganhando público. Também já trabalhei CLT mesmo - acho que todo mundo tem que trabalhar CLT uma vez na vida - aprendi muita coisa. Fui pra uma agência de marketing esportivo. Porque eu não fiz jornalismo, eu fiz publicidade e propaganda. Então minha área sempre foi marketing. E aí eu comecei a ganhar dinheiro com isso (criação de conteúdo) e falei: “Não faz mais sentido trabalhar pra outra coisa”. Nessa altura do campeonato, eu já estava fazendo Paulistão com CazéTV e também já tinha vários patrocinadores fixos. No começo de 2024 eu decidi criar a minha própria agência. Contratei uma assessora, que é a Bianca, que falou com vocês (nota do MDT: bjos Bianca!). Contratei um editor. E fui crescendo, crescendo, crescendo… Hoje em dia eu tenho cinco empregados que eu sustento. Eu tenho muito orgulho de dizer isso. No ano passado eu já me via um pouco distante dos outros influenciadores. Então eu resolvi dar um passo a mais… Decidi morar fora do país e estudar futebol, para trazer um conteúdo que ninguém faz no Brasil. Procurei cursos, mas eu tenho uma proximidade muito grande com a La Liga - faço parte do squad de influencers deles no Brasil. Eu vim pra cá e aqui estou eu.
Eu amo mais o futebol do que eu amo o time em si. Eu acho muito legal a forma como o futebol é um meio político e social, muito mais do que só um esporte.
MDT: Fla, como surgiu a sua paixão por futebol internacional? E o que despertou essa sua conexão com a Espanha e a La Liga?
FLA: Com o futebol internacional não tive uma paixão instantânea. Mas acho que, convivendo muito com a Liga, eu acabei pegando paixão pela cultura espanhola em relação ao futebol, porque eles preservam muito as raízes. É um pouco parecido com a brasileira, entendeu? Mas os clubes em si preservam mais a relação com o torcedor. Por exemplo, o Atlético de Bilbao, que só tem jogadores que nasceram e foram criados em Bilbao. E eles poderiam ganhar muito mais dinheiro se eles trouxessem jogadores de fora, se eles vendessem os jogadores deles, mas eles não fazem isso. Aqui na Espanha tem muita história. E eu acho isso muito legal. O Barcelona é muito político, o Real Madrid é muito político. Então, acho que essa é a minha paixão maior. É o que eu sempre falei: Eu amo mais o futebol do que eu amo o time em si. Eu acho muito legal a forma como o futebol é um meio político e social, muito mais do que só um esporte.
MDT: Fla, no Brasil, como era a sua relação com o Corinthians? O que ele representa na sua vida? Você acha que foi essencial ter uma relação forte com o seu time para decidir a sua carreira?
FLA: Eu acho que sim. Infelizmente, crescendo, eu não fui muito incentivada a ver futebol. Meu pai - tadinho do meu pai - ele tinha um filho e uma filha, e ele escolheu um filho para levar para os estádios. Hoje em dia, o meu irmão não sabe nem quem é o atacante do Corinthians. Mas ele já entrou no campo com o Fagner porque quando ele era pequeno, meu pai levou ele para entrar no campo. E eu - tadinha de mim - não fui para nenhum jogo. Meu pai nunca achou que eu fosse me interessar por isso. Chegando nos 17 anos eu comecei a gostar da Copa do Mundo e vi o título do Corinthians. E aí eu comecei a me engajar mais com futebol. Mas até o meu pai acreditar que eu gostava de futebol… Eu tive que estar um ano produzindo vídeo e aí ele falou: “Você gosta mesmo, hein?”. E aí, sim, ele me levou - eu o levei, na verdade - para a Neo Química Arena pela primeira vez. E eu acho que a relação com o Corinthians com certeza me ajudou porque, querendo ou não, nos primeiros três meses fazendo vídeo eu fazia mais vídeos sobre o Corinthians. Com a camisa do Corinthians, fazendo piada com o Corinthians. Então, isso foi o que me deu o start.
Ah, eu sou bonita e é por isso que eu vou conseguir? Então eu vou conseguir muito mais do que você. Porque eu sou destaque. Porque eu sou única. Porque eu sou uma menina no meio de 20 homens. Eu sou diferente.
MDT: Flávia, sobre a sua cobertura das Olimpíadas: Como foi? Passou algum perrengue? Teve alguma insegurança?
FLA: Era tudo diferente. Então meio que eu fiquei sozinha o tempo todo. Cobri sozinha. Conheci muita gente importante por lá. Conheci a galera da CazéTV, então fiquei com eles o tempo todo. Mas assim, isso foi nas duas últimas semanas. Eu fiquei lá um mês. Nas duas primeiras ninguém tinha chegado ainda e eu estava sozinha. Já fiz vídeos falando sobre assédio na França. Foi muito traumático. Muito machismo. Estava muito longe de tudo. Mas nos Jogos, nas Olimpíadas, foi muito legal. Com certeza a Copa América foi 3x melhor. Porque foi com a Betano, uma marca que estava preocupada comigo. E é uma coisa que as marcas têm que se preocupar mais. Se você quer colocar uma mulher pra ficar no highlight, tipo, “Olha, ela veio! Uma mulher para ver um evento de esporte!”, tem que se preocupar com ela porque o mundo não é seguro.
MDT: Falando da Copa América… Conta a experiência boa!
FLA: A Copa América foi tudo, gente! Saudades dessa Copa América. Foi maravilhoso. A Betano me levou para acompanhar o Brasil. Se o Brasil fosse eliminado, eu ia ter que voltar pra casa. O Brasil foi eliminado, né? Mas eles já tinham comprado mais um jogo então eu falei que queria muito ir. Mas a gente não tinha combinado isso. Daí eu falei: “Tá bom. Eu pago a acomodação e vocês pagam minhas passagens”. Fui pra Los Angeles, Las Vegas, São Francisco e Miami. Foi Incrível, estava com vários amigos meus e ficou todo mundo junto. O meu amigo alugou o carro e a gente estava com o fotógrafo do Endrick. Você imagina o fotógrafo do Endrick tirando foto sua? Foi tudo! A Betano deixou a gente muito livre para criar o que a gente quisesse. E eu acho que foi isso que deu um boom. Todo mundo sabe que eu fui pra Copa América porque eu postei tanta coisa legal e feliz. Poucas pessoas sabem que eu fui para as Olimpíadas porque eu fiquei tão chateada que eu nem postei tanto. Isso reflete, né? Reflete no conteúdo.
MDT: Flávia, você falou dessas duas experiências bem diferentes sendo uma mulher trabalhando com esportes. Então, como você vê o cenário? Você acha que a gente teve uma evolução? O que você pensa do futuro?
FLA: Eu acho que está evoluindo de forma positiva, com certeza. Eu espero. A gente luta muito para isso. Acho que cada vez mais tem mais mulheres em destaque no futebol, nos esportes em geral. Vejo muitas amigas. Eu, por exemplo, só contrato mulheres. Eu tenho meu editor, que é homem, mas é só porque ele foi o primeiro funcionário que eu tive e é muito bom. Para mim, tem que crescer e ajudar as outras mulheres a subirem. Claro que tem muita gente tentando fazer a gente descer. Tem muito comentário negativo. Mas enfim, eu vejo muitas mulheres como referência atualmente. Eu acho isso importante. Sempre tive poucas referências. Quando eu comecei, só tinha a Isa Pagliari. E ela não era exatamente o que eu queria ser. Eu era muito fã da Isa Pagliari mas ela era jornalista. E não era exatamente “jornalismo” o que eu queria. Era parecido. Então eu tento ser essa referência na criação de conteúdo. Espero ser um dia e espero que cresçam mais meninas junto comigo.
MDT: Fla, qual é o principal conselho que você dá para as meninas que querem entrar no mercado do esporte?
FLA: Cara, tem muitos conselhos. Mas acho que o principal é faz. Faz. Tipo, não importa, faz. Vai atrás. Faz. Você vai ouvir muita merda. Muito “Você só tá aqui porque você é bonita”. Ah, eu sou bonita e é por isso que eu vou conseguir? Então eu vou conseguir muito mais do que você. Porque eu sou destaque. Porque eu sou única. Porque eu sou uma menina no meio de 20 homens. Eu sou diferente. Então seja diferente, se destaque, mostra que você é diferente!
MDT: Obrigada, Flávia. Você é uma DIVA! A nossa meta de vida agora é ser como você.
FLA: Ai, que bom, gente. Fico feliz! Eu quero cada vez mais meninas no esporte! Espero vocês aqui em Madrid ❤️.
Leia também: O Efeito Swift na NFL
Curtiu o conteúdo? Então continue acompanhando o Manual das Torcedoras para se manter em dia das discussões e novidades no mundos dos esportes. XOXO, MDT ❤️
Reply