Lewis Hamilton no Met Gala: o encontro entre a moda e a velocidade

O Met Gala — aka “Grammy da Moda” para nós girls — acontece na noite de segunda-feira, 5 de maio, no MET (Metropolitan Museum of Art), em Nova Iorque.
O evento fashion mais importante do ano marca a abertura da tradicional exposição anual de moda do Costume Institute.

Neste ano, a temática é "Superfine: Tailoring Black Style" (Superfino: alfaiataria do estilo negro), que celebra a elegância negra e destaca a importância da alfaiataria como linguagem de expressão dentro da diáspora africana. A inspiração para esse tema veio do livro "Slaves to Fashion: Black Dandyism and the Styling of Black Diasporic Identity", de Monica L. Miller, lançado em 2009. A obra analisa o movimento cultural e estético conhecido como dandismo negro, que ressignifica a vestimenta como símbolo de identidade, resistência e afirmação.

Esta edição também marca um momento histórico: é a primeira em mais de duas décadas a focar exclusivamente na moda masculina. Por isso, ao lado da anfitriã Anna Wintour, editora-chefe da revista Vogue Americana, grandes nomes do entretenimento foram escolhidos como co-presidentes do evento. São eles: Pharrell Williams, Colman Domingo, A$AP Rocky, LeBron James e Lewis Hamilton.

O grande nome do automobilismo, Lewis Hamilton, é mais do que um piloto vencedor na Fórmula 1: ele é um marco histórico, social e esportivo. Lewis é heptacampeão mundial e o maior vencedor da categoria, com 105 Grandes Prêmios e 104 pole positions, se igualando com o recorde de títulos de Michael Schumacher.

Além dos feitos nas pistas, sua presença no Met Gala é carregada de significado. Como único piloto negro a competir e triunfar em um dos esportes mais conservadores do mundo, Hamilton simboliza resistência e transformação em um ambiente ainda majoritariamente branco e elitista.

Em coberturas e eventos midiáticos nos quais figuras negras manifestam publicamente suas opiniões e visões de mundo, Lewis Hamilton sempre se destaca — sobretudo através da moda. Ao utilizar a vestimenta como uma forma de expressão pessoal, a prática se transforma em uma plataforma para promover a diversidade e a inclusão.

Assim, Lewis se tornou um dos nomes mais expressivos na conexão entre esporte e moda. Seja nas redes sociais ou nas chegadas icônicas aos paddocks, seu estilo ousado e autêntico já se tornou uma marca registrada. Conhecido por sua estética única e ousada, Hamilton transita entre o streetwear e a alta costura com a mesma naturalidade com que acelera nas pistas.

Ao longo dos anos, assinou campanhas e colaborações com grandes marcas, como Tommy Hilfiger, Dior e Puma/Ferrari, esta última ligada à sua atual scuderia na Fórmula 1.

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A relação entre moda, identidade e resistência atravessa toda a narrativa pessoal de Hamilton. O piloto frequentemente relembra sua infância na periferia de Londres, quando a moda ainda era apenas um sonho nutrido por videoclipes, filmes e revistas. “As pessoas que eu admirava eram Muhammad Ali, Michael Jordan, Eddie Murphy em Um Tira da Pesada”, relembra.

Para Lewis, o ato de se vestir é uma extensão de sua liberdade criativa. Por isso, em seus looks, ele compõe os visuais com peças funcionais, desconstruídas e repletas de elementos que comunicam inovação. Cores vibrantes, volumes marcantes e sobreposições bem pensadas definem um estilo que mistura atitude, fluidez e autenticidade — um reflexo direto de sua visão de mundo.

Em entrevista à Revista Harper’s Bazaar, Hamilton declarou:

A verdade é que a trajetória de Hamilton nunca foi só sobre carros e vitórias, porque estar ali, no topo de um esporte elitista e majoritariamente branco, já é um ato de resistência. E ele sabe disso. Mas ao usar sua voz, seu estilo e sua história, Lewis faz da própria imagem um recado: é possível quebrar barreiras, ocupar espaços e ainda abrir caminho para quem vem depois.

No paddock ou no blue carpet, Lewis Hamilton mostra que, ao unir duas esferas tão distintas — Fórmula 1 e moda —, é possível redefinir o que é ser um ícone dentro e fora das pistas.

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